domingo, 25 de outubro de 2009


É uma historia que se passa basicamente dentro dos muros da escola. É o cotidiano escolar, com professores falando sobre os alunos em reuniões bimestrais. O filme começa com o inicio do ano letivo e termina com o barulho dos alunos se divertindo no ultimo dia de aula, no pátio, juntamente com os professores, a sala vazia, a sala vazia e o ruído, apenas o ruído dos alunos rindo, e o vazio das salas...Numa escola de ensino médio de bairro pobre professores se apresentam e falam rapidamente sobre o seu currículo profissional e combinam um encontro de confraternização na cantina. Logo em seguida passa a cena da turma entrando em sala e o professor, de nome François começando sua aula mandando os alunos dobrar uma folha de papel e escreverem seu nome nele. Há algumas contestações, mas todos fazem o que o professor pediu. A turma é muito indisciplinada e com baixo rendimento escolar. A atuação do professor chama atenção pela forma como ele se dirige aos alunos, mas a forma de relação entre os alunos também não é assim tão harmoniosa, na sala há vários alunos de etnias diferentes.É um filme simples, mas reflexivo. As falas das personagens nos levam a refletir sobre nossas ações enquanto profissionais do ensino, a nos colocar no lugar deles no filme e pensar em qual seria nossa atitude se fosse conosco. Também percebemos muita semelhança com a nossa realidade no Brasil. Há uma cena no filme, dentre as tantas que me chamou a atenção, que o professor François compara a atitude das alunas que são como representantes de turma e participam do COC, com “atitude de vagabundas”, naturalmente as meninas se ofendem, embora se perceba que o que o professor quis falar não foi exatamente isso, e sim que eram bobas, ignorantes ou coisa parecida.É um filme que deve ser visto e sobre ele e também com ele criar debates para auto avaliação de professores formados ou em formação, a fim de analisar a situação do ensino no Brasil, não só do ponto de vista das dificuldades dos alunos, a evasão escolar, as indisciplinas, mas também as atitudes dos professores, suas ações diante de tal situação, ou de inércia, ou de puro descaso, ou de muitos sonhos e quase nenhuma atitude, ou de superioridade, arrogância, enfim, é uma oportunidade de colocarmos em discussão todas essas questões e se não acontecer nenhuma conclusão, pelo menos levou a uma reflexão. Alguma semente foi plantada e alguma coisa tem que nascer daí.