quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Nos assusta


No ritmo em que a barragem vem secando, a água só dá para este ano. A Embasa quer reduzir o uso para irrigação, a fim de garantir abastecimento da população de 14 municípios. Já os agricultores argumentam que a barragem foi criada com a finalidade de gerar emprego e renda. Neste conflito, eles contam com o apoio da Codevasf (Companhia de Desenvolvimento do Vale do São Francisco), órgão federal que elaborou o projeto de irrigação.

Apesar das divergências, todos concordam que, nas condições atuais, a água não dá para todos. Mirorós chegou ao seu nível mais baixo desde a inauguração, em 1983. As chuvas foram normais em 2008, porém a barragem passou o ano quase todo esvaziando mês a mês.

A vazante é costumeira no final de cada ano, por conta da estiagem, mas a partir de janeiro sempre ocorria uma recuperação.

De 2007 para 2008, esta recuperação não ocorreu. Nos últimos 23 meses, somente em abril de 2008 houve uma pequena elevação no volume, e agora, em fevereiro de 2009, a barragem completou dez meses ininterruptos de esvaziamento. Chegou a 47 milhões de metros cúbicos ou 29% da capacidade total.

O menor nível até então tinha sido em outubro de 1999, com 51 milhões. A diferença é que naquela época foi a falta de chuva que causou o problema. Desta vez, mesmo com a chuva dentro da média, a barragem não foi realimentada.